youzz

dezembro 03, 2008

Marcado no DNA

É uma coisa louca esse lance de DNA, não é mesmo? Algumas pessoas herdam o nariz do pai, a sobrancelha do avô, os cabelos da tia, entre mil outras coisas que sabemos que se passa hereditariamente. Tudo cientificamente provado.

Mas o que dizer sobre talentos passados de pai (ou mãe) pra filhos? Será que o DNA explica?

Sabemos de muitos casos de famílias inteiras de médicos, advogados, engenheiros e tudo mais. Algumas vezes é apenas para seguir uma tradição familiar e isso pode não ser assim tão bom. Mas em muitos casos mesmo, o talento (e claro, o conhecimento) acaba passando de uma geração para outra.

A minha família é um bom exemplo disso. Para quem ainda não sabe, eu nasci em uma família de músicos. E antes que alguém pergunte, não, eu não toco nada. Esse talento eu não herdei. Mas muitos membros da minha família herdaram e muito bem herdado!

Eu não sei exatamente onde isso começou, mas até onde eu sei, meus bisavós tocavam no cinema mudo. Pois então, meu bisavô tinha uma orquestra, dessas de baile, sabe? Então, e aí meu avô começou a tocar com ele. E depois, meu avô teve sua própria orquestra e nela todos os filhos dele tocavam alguma coisa. Homens e mulheres. Muitos bailes e apresentações por todo o Brasil. Meu pai começou a tocar profissionalmente nesta orquestra aos 14 anos. Trompete, porque era o que meu avô precisava. Meus outros tios tocam saxofone e bateria (inclusive esse meu tio baterista é o único músico que eu conheço que sabe dançar, já que meu avô mandava ele puxar alguém pra dançar, e só assim o baile começava). Minhas tias cantavam ou tocavam piano.

Depois desses bons anos (e muitas histórias, ótimas!) de viagens e excursões com a orquestra, cada um dos filhos seguiu seu rumo. Uns continuaram tocando, todos os homens são músicos profissionais, e as mulheres casaram, tiveram filhos e seguiram a vida.

Meu pai seguiu carreira, principalmente depois te terem se mudado para São Paulo, e viveu o auge da música no Brasil, tocando em vários lugares famosos da noite de São Paulo e tocando com músicos famosos que vinham para cá, fazendo shows e viajando pelo mundo. Tocou 17 anos com o Roberto Carlos e isso lhe deu oportunidade de conhecer boa parte do mundo, e também de ter recursos para estudar mais e criar sua família.


Meu pai, tocando com o Dizzy Gillespie

Sim, ser músico no Brasil não é nada fácil e a maioria dos bons músicos de todos os tempos precisa fazer todo e qualquer tipo de trabalho.

Hoje em dia meu pai abriu mão de tocar por aí, e dá aulas em casa, passando seu conhecimento para os outros, como deve ser.

Seu maior pupilo (e ouso dizer, orgulho) é meu irmão, que hoje toca por aí, emociona e transborda talento onde quer que vá. Ainda ouso dizer que ele é um dos músicos mais talentosos e preparados que está atuando. Algumas pessoas dizem que o trompete dele é mágico!(não sou puxa-saco, é verdade, perguntem por aí)


Soundscape Big Band Jazz, que tem 3 Alcantaras na sua formação

Meus tios ainda tocam ou dão aula, e tenho alguns primos também que estão aí na ativa e tocando muito bem. Quando se fala em Alcântara e o cara é músico, pode ter certeza que você vai ouvir música bem tocada.

E para dar continuidade a essa veia musical hereditária, o filho de um dos meus primos (que toca saxofone), já está estudando há uns dois ou três anos e já toca bem, tem futuro. Resolveu tocar trompete. E a história se repete.

Texto originalmente publicado no Gaiola de Tuins, que não existe mais.

10 comentários:

Esther Lucio Bittencourt disse...

ju, que cd lindo, este que ouço e você nos deu, no momento em que leio seu post e sei que preciso entrevistar sua turma.quanto de histórias e vidas!. catei o daniel d'alcantara: http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewprofile&friendID=167178063.é este, não?

obrigada, muito obrigada pelo prazer de usufruir da amizade docês. beijo

Tati Tatuada disse...

Adoro as histórias da família Alcantara.
Beijo

Maloca (Marlene) disse...

redundando a Tati:
eu também adoro as histórias da família Alcântara!
:o)

Lilica disse...

E eu adoro este texto :-)
Um beijo Juju!

Patrícia Carvoeiro disse...

Eu também adoro este texto! :-)
Beijos, Jujubas.

Isa disse...

cara, que texto fixe :-) amei as histórias. sucesso pro maninho :-)
bjs

Fátima Franco disse...

Mas, esta família é demais, mesmo, né?
Bjs

Luci disse...

ó, só vim testar o comentário, tá?!
depois volto pra lhe ler!
besos

Anônimo disse...

Meu amor, que bom que você não vai poupar o mundo do seu carinho enorme. Divide-lho agora no blog!Boa sorte, minha gêmula indiana. Beijos, Béw

Anônimo disse...

e eu que tenho avô maestro não sei toca nadinha...beijos.